segunda-feira, maio 22, 2006

A Terra e seus 6,5 bilhões de habitantes

Geografia - Nelson Bacic Olic

27/6/2005

Segundo estimativa de inúmeras organizações que estudam os fenômenos demográficos mundiais, no próximo mês de julho, nosso planeta atingirá a marca de 6,5 bilhões de habitantes.
É claro que esta população está distribuída de forma muito desigual pela superfície terrestre. Assim, os cinco países com maior população absoluta (China, Índia, Estados Unidos, Indonésia e Brasil) totalizam cerca de 3,2 bilhões de habitantes, aproximadamente a metade do contingente mundial. As desigualdades na distribuição do contingente demográfico também se manifestam em termos continentais. Cerca de pouco mais de 60% dos habitantes da Terra estão na Ásia, 15% no continente americano (quase 2/3 na América Latina), 14% na África, 11% na Europa e menos de 1% na Oceania. Em números absolutos é a Ásia que mais cresce. Em termos de ritmo, é a África que apresenta o crescimento mais rápido.
O aumento da população mundial nos últimos dois séculos foi muito rápido. Por volta de 1800, a população do planeta atingiu o seu primeiro bilhão. Essa população duplicou 130 anos depois e, em 1999, chegou a cifra de 6 bilhões. Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), sinalizam para uma população entre 9 e 10 bilhões em 2050. Os dados mostram que a população continuará crescendo, só que num ritmo mais lento.
Os demógrafos afirmam que, o maior ritmo de crescimento demográfico aconteceu durante a década de 1960 porque a maioria dos países fez nesta época sua "transição demográfica", passando de taxas de natalidade e mortalidade muito elevadas para outras bem mais baixas, especialmente no que se refere às primeiras. Os países europeus experimentaram esta transição a partir da segunda metade do século XIX, enquanto os países em desenvolvimento a enfrentaram somente ao longo da segunda metade do século XX. No entanto, alguns países da África Subsaariana e da Ásia ainda não atingiram esta etapa, continuando com taxas de natalidade persistentemente altas e mortalidade em queda mais ou menos expressiva. Em outras palavras, vivem ainda a situação de “explosão demográfica”.
Mas, apesar da redução do ritmo de crescimento demográfico nas últimas décadas, deve-se ressaltar que ele o fenômeno vem ocorrendo tendo como pano de fundo uma distribuição desigual da riqueza e crescentes problemas no que se refere ao meio ambiente.
Especialistas afirmam que nosso planeta seria potencialmente capaz de sustentar um número ainda maior de habitantes, algo como o dobro da população atual, claro que não com o nível de consumo de um norte-americano ou europeu médio. Em suma, sustentar uma população de 10 bilhões de seres humanos é mais uma questão de distribuição de recursos, do que uma questão de quantidade da produção. Se fosse vivo, qual seria a opinião de Malthus a respeito?
(FONTE: Disponível em:
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http://www.clubemundo.com.br/revistapangea/show_news.asp?n=265&ed=4>. Acesso em: 22 maio 2006.).